Centro de Primatologia

O Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ) é um centro de criação para fins de pesquisa e conservação das espécies de primatas brasileiras.

Localizado a cerca de 100 km do centro da cidade do Rio de Janeiro, o CPRJ ocupa uma área de aproximadamente 276 ha no município de Guapimirim, entre Magé e Cachoeiras de Macacu. Situado em contrafortes da Serra dos Órgãos, está inserido no núcleo Paraíso do Parque Estadual dos Três Picos (PETP), área da extinta Estação Ecológica Estadual do Paraíso (EEEP). Boa parte da área permanece revestida de mata cuja riqueza biótica ainda é significativa, principalmente sob o ponto de vista florístico, uma condição privilegiada para o tipo de atividade científica e conservacionista que realiza.

Idealizado pelo primatólogo e conservacionista Adelmar Faria Coimbra-Filho, o CPRJ foi a primeira instituição nacional voltada prioritariamente para a conservação dos primatas brasileiros. Inaugurado em 9 de novembro de 1979 sob a tutela da antiga Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA), desde 2009 o CPRJ é administrado pelo INEA, sendo atualmente vinculado à Gerência de Fauna (GERFAU) da Diretoria de Biodiversidade, Áreas Protegidas e Ecossistemas (DIRBAPE/INEA).

Sua estrutura física é composta pela sede principal, biblioteca (com amplo acervo de publicações especializadas em Primatologia), auditório, laboratórios, museu (de peles, crânios e banco de carcaças formolizadas), unidade de internação e tratamento médico veterinário, nutrição, insetário, viveiros e vias de acesso, além de edificação para uso múltiplo, tais como reuniões e acompanhamento de projetos. O CPRJ é registrado no Sistema Nacional de Gestão de Fauna Silvestre – SISFAUNA como Criadouro Científico de Fauna Silvestre para Fins de Pesquisa, estando sua operação autorizada pelo INEA sob o nº IN041149, nos termos da legislação vigente.

A atividade principal do CPRJ é a criação e reprodução em cativeiro de primatas brasileiros ameaçados de extinção. Nosso plantel é composto por animais com diversas origens, desde aqueles nascidos em cativeiro, até indivíduos resgatados do tráfico de animais silvestres e de outras atividades humanas impactantes como rodovias, hidrelétricas, etc. Alguns destes animais chegam feridos, maltratados, desnutridos, e após recuperação tem a oportunidade de formar grupos familiares para a perpetuação das suas espécies. Entre as espécies mais importantes criadas no CPRJ estão o mico leão dourado (Leontopithecus rosalia), carismático primata ameaçado de extinção e endêmico do estado do Rio de Janeiro, e o sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), espécie também nativa da mata atlântica fluminense, e considerado um dos 25 primatas mais ameaçados do mundo.

O CPRJ atua em parceria com os órgãos responsáveis pelo manejo de populações de primatas em cativeiro, como a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB), o Centro de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB/ ICMBio) e o IBAMA. A equipe do CPRJ também participa ativamente de cinco planos de ação nacionais para Conservação e o Manejo de Primatas, e assessora o ICMBio na tomada de decisões quanto ao manejo em cativeiro e na vida selvagem desses símios.

No centro são realizadas pesquisas pontuais e contínuas em parceria com diversas instituições do estado do Rio de Janeiro (como a FIOCRUZ, UFRJ, UFRRJ, UFF, UERJ, UENF e UNIFESO) e de outros estados (como a UFSCar, USP, UNESP, UFPA, UFPI), além de receber pesquisadores de mestrado e doutorado. Nestes estudos são abordados diversos temas da primatologia como comportamento, manejo em cativeiro, manejo de espécies invasoras, reintrodução de espécies nativas, avaliação de estresse, nutrição, genética, reprodução, parasitologia, doenças infecciosas, virologia e patologia, entre outros. Por princípio buscamos o enfoque da Saúde Única (One Health) nos estudos sobre doenças de primatas, seus hospedeiros e vetores. Este conhecimento é compartilhado na forma de publicações científicas e palestras, colocando em destaque a nossa capacidade científica e conservacionista.

Projetos

– Estudo de espumavírus de populações selvagens e de cativeiro de primatas brasileiros.

– Caracterização de espumavírus em primatas do Novo Mundo e seu potencial zoonótico para humanos.

– Investigação dos casos de malária autóctones na Mata Atlântica do Estado do Rio de Janeiro.

– Condições dentárias em Brachyteles (Spix, 1823) e Alouatta (Lacépide, 1799), ambiente, comportamento alimentar e saúde.

– Projeto de remoção do mico-leão-de-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas) introduzido na área de ocorrência do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) em Niterói-RJ.

– Parasitismo por Balantidium coli em primatas não-humanos cativos. RJ- Brasil.

– Determinação das características seminais e hormonais de Callithrix aurita (E.Geoffroyi) – Primates.

– Inferências sobre a depressão endogâmica em Leontopithecus chrysopygus baseado em análise genética comparativa com Leontopithecus chrysomelas.

– Refauna com Bugios (Alouatta g. clamitans) no Parque Nacional da Tijuca.

– Conservação das populações remanescentes de B. arachnoides (Geoffroyi, 1806) no Estado do Rio de Janeiro: Desafios para um plano estratégico.

– Filogenia, Filogeografia e História Evolutiva dos Macacos Pregos, gênero Sapajus, Kerr, 1792 (Primates, Cebidae).

– Manutenção de animais em cativeiro: História, objetivos e ética.

– “Desenvolvimento de vacina contra febre amarela para os primatas neotropicais”

– Pesquisa de Sars-Cov-2 em primatas neotropicais

Atendimento

Endereço: Estrada do Paraíso, s/nº, Guapimirim, RJ.

Telefones: (21) 3633-2205/3633-2190

Email: a inserir

 

Livro sobre o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro - CPRJ

Bilíngue e ricamente ilustrado, o livro sobre o CPRJ contempla a história, a infraestrutura e os programas para a preservação de primatas e de restauração florestal implementados no local. (2015)