Notícias |25.05.2023

Centro de Primatologia do Rio de Janeiro recebe duas primatas ameaçadas de extinçãoAnimais foram transportados gratuitamente de Salvador para o Rio de Janeiro, por meio do Programa Avião Solidário da Latam

Duas fêmeas das espécies macaco-prego-de-crista (Sapajus robustus) e macaco-sauá (Callicebus melanochir) se mudaram nesta quarta-feira (24/5), da Bahia para o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ) que é administrado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Transportadas gratuitamente de Salvador para o Rio de Janeiro por meio do Programa Avião Solidário da Latam, as primatas foram levadas para o CPRJ para fins de conservação e reprodução das espécies.

A fêmea do macaco-prego-de-crista foi resgatada em setembro de 2021 em Paulo Afonso, no interior da Bahia, onde foi mantida ilegalmente em cativeiro. Já a outra primata foi encontrada em janeiro de 2022 em São José da Vitória, no sul da Bahia, com apenas um mês de vida, sem a mãe e com algumas lesões.

Desde então, ambas ficaram sob os cuidados do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia. Após recomendações do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros do ICMBio, os dois animais foram encaminhados ao CPRJ, instituição com expertise para a reprodução e conservação de primatas.

“A escolha da nossa instituição para acolher essas espécies é uma demonstração do reconhecimento do trabalho realizado pelo CPRJ. Agradecemos a iniciativa”, destacou o presidente do Inea, Philipe Campello.

“Os animais viajaram gratuitamente de Salvador ao Rio de Janeiro pela Latam, por meio do projeto Avião Solidário, que tem sido um grande parceiro dos programas de conservação de espécies ameaçadas. As duas fêmeas chegaram bem ao CPRJ, apesar do estresse do transporte, e logo se alimentaram. Esses primatas chegam ao CPRJ para integrar o programa de reprodução em cativeiro de suas espécies, uma iniciativa do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos primatas da Mata Atlântica e da Preguiça de Coleira coordenado pelo Centro de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros do ICMBio”, explicou a médica-veterinária do CPRJ, Silvia Bahadian.

O Centro de Primatologia do Rio de Janeiro dedica-se ao estudo e à conservação de primatas. Idealizado pelo primatólogo e conservacionista Adelmar Faria Coimbra Filho, o CPRJ foi a primeira instituição nacional voltada prioritariamente para a preservação do patrimônio primatológico brasileiro. Foi inaugurado em 1979 sob a tutela da antiga Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), hoje, Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Atualmente, o CPRJ é gerido pelo primatólogo, Alcides Pissinatti.

O CPRJ tem como principal objetivo assegurar a continuidade das espécies, por meio de um banco genético que visa dar suporte às colônias de primatas brasileiros. O centro cria somente primatas de espécies nativas do Brasil, com atenção especial para aquelas sob algum risco de ameaça de extinção.