Notícias |12.04.2019

Coral-sol foi tema de oficina no auditório da Seas, no Centro do RioEvento voltado para especialistas da área discutiu os efeitos da espécie exótica invasora também nas unidades de conservação

O Instituto Brasileiro de Biodiversidade, com apoio da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), realizou na quinta-feira (11/4) oficina sobre estratégias de manejo de duas espécies da coral-sol (Tubastraea coccinea e Tubastraea tagusensis) consideradas exóticas invasoras da costa brasileira.

O encontro reuniu gestores e técnicos da área ambiental, no auditório da Seas, no Centro do Rio, onde foram realizadas palestras e dinâmicas sobre a bioinvasão do coral-sol; os impactos ecológicos, econômicos e sociais da presença do coral no mar e a importância do manejo dessa espécie.

Além disso, a atuação do Projeto Coral-Sol; a prevenção, o controle e a erradicação dessas espécies em unidades de conservação no estado também foram abordados.

“A gestão da unidade de conservação é um trabalho diário que deve estar sempre associado ao meio acadêmico. Temos que gerar dados, pois há uma carência de informações sobre esse tema, o que dificulta o processo de gestão do problema nas UCs”, destacou o gerente de Fauna do Inea, Eduardo Lardosa.

As palestras foram ministradas por renomados especialistas: a Diretora do Instituto Brasileiro de Biodiversidade, Simone Oigman-Pszczol; a professora da UFRJ, pesquisadora e colaboradora do Projeto Coral-Sol, Andrea Junqueira; a professora da UERJ, Beatriz Fleury; e a coordenadora do Projeto Coral-Sol, Fernanda Casares, dentre outros.

“Nosso projeto foi desenhado, junto com a Seas e o Inea, de maneira que conseguíssemos uma linguagem e uma dinâmica mais efetiva para abordar este assunto técnico, mas tão importante para a biodiversidade brasileira. Como cientistas, vivemos rodeados de informação e precisamos canalizar isso de maneira interessante e produtiva”, afirmou a diretora do Instituto Brasileiro de Biodiversidade, Simone Pszczol.

O coral-sol chegou ao Brasil incrustado em plataformas de petróleo, ainda nos anos 80, e hoje atinge costões rochosos do litoral do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Santa Catarina, do Espírito Santo, da Bahia, de Sergipe e de Alagoas.

Este animal tem origem no Oceano Indo-Pacífico. E, por estar fora da sua área de distribuição natural, se reproduz de forma descontrolada, ameaçando a fauna nativa, sendo considerada uma espécie exótica invasora.

Segundo as informações dos pesquisadores a presença do coral-sol em águas brasileiras reduz a biodiversidade e a abundância de espécies nativas, prejudicando ainda a produção pesqueira. Além disso, é considerado um invasor eficiente por crescer rapidamente, ter estratégias de reprodução que aumentam seu potencial de consolidação e apresentar baixas taxas de mortalidade após o assentamento (fixação no substrato), segundo o Ibama.