Notícias |19.07.2016

Ecobarcos e ecobarreiras prontos para as regatas olímpicas dos Jogos Rio 2016

Às vésperas do maior evento esportivo do mundo, operadores das 12 embarcações de coleta de lixo flutuante, conhecidas como ecobarcos, receberam uma palestra motivacional e de instrução técnica visando as plenas condições das regatas olímpicas na Baía de Guanabara. Na abertura da cerimônia, o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, anunciou a conclusão da instalação da 17ª nova barreira de contenção de lixo, ecobarreira, na foz do Rio Sarapuí, na Baixada Fluminense. Com esse reforço operacional, todas as medidas previstas para manter as raias olímpicas da Baía de Guanabara livre do lixo flutuante estão em execução.

Antes do início das palestras, promovidas na sede do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), nesta segunda-feira (18/7), o secretário estadual André Corrêa destacou a fundamental importância do trabalho dos 24 tripulantes dos ecobarcos para a garantia das condições de competitividade durante as provas olímpicas que ocorrerão entre os dias 8 e 18 de agosto.

“Nosso desafio é deixar um sistema de combate ao lixo flutuante como legado. É importante que a gente consiga consolidar isso com uma política pública permanente. Agradeço muito o esforço de vocês (tripulantes). Sei como é difícil trabalhar embarcado, por 13 anos servi a marinha como marujo. Hoje temos a experiência de atuação em dois eventos-teste e uma prova de vela, estou muito otimista que tudo sairá como planejado. A gente está na retaguarda, mas quem estará na frente são vocês”, enfatizou o secretário André Corrêa.

Para se ter dimensão do trabalho de limpeza das águas da Baía, somente a nova ecobarreira do Canal do Cunha – com uma estrutura robusta capaz de reter uma quantidade de lixo até dez vezes maior que a anterior – evitou que 208 toneladas de resíduos sólidos chegassem as águas da baía no mês de junho. Por sua vez, a frota de doze ecobarcos remove uma média de 40 toneladas de lixo flutuante por mês.

Um dos palestrantes convidados foi o velejador com participação em duas olimpíadas, José Augusto Dias “Guruga”. O ex atleta olímpico fez uma apresentação destacando a dura preparação olímpica dos atletas e as específicas condições de marés e ventos do ambiente da Baía de Guanabara.

“Em termos de esporte de alto rendimento, a gente sabe que os pequenos detalhes fazem a diferença, tanto no treinamento como também no meio ambiente. Para os Jogos Olímpicos 2016 nós temos uma grande preocupação com o lixo de superfície. Pensando em termos de jogos, temos que criar um ambiente perfeito para os atletas para que não haja uma situação prejudicial por causa de um saco plástico. Eu vejo muita preocupação das empresas envolvidas nesse trabalho no sentido de manter o campo de esportes limpo e preparado para competição”, afirmou o experiente velejador.

Em seguida, o gerente de Serviço e Operações Emergenciais do Inea, Carlos Strauch, instruiu os operadores das embarcações quanto à tipificação de uma mancha órfã nas águas da baía, seja de óleo, esgoto ou floração de algas. A palestra técnica teve como objetivo facilitar uma pronta resposta de uma equipe de emergência do Inea no caso de um incidente.

A exemplo do sucesso dos dois eventos-teste de vela dos Jogos Rio 2016, uma força-tarefa atuará no monitoramento do espelho d´água da Baía de Guanabara através do suporte tecnológico da gerenciadora Pro Oceano. O software da gerenciadora possibilita identificar os possíveis locais de concentração do lixo flutuante de acordo com a previsão de marés, correntes marítimas e condições meteorológicas do ambiente da Baía de Guanabara. Monitorados por satélite, a frota de ecobarcos receberá orientação para combater as “línguas” de lixo no espelho d´água da baía.

“Para a questão olímpica a gente mudou um pouco a operação. A operação cotidiana, sistemática, é uma e a operação de contingência é outra. Um outro fator é o esquema de segurança. Existem áreas restritas, então foi desenvolvida uma outra logística. A metodologia é a mesma do Aquece Rio, só está sendo somado esse esquema de segurança. De manhã faremos uma operação preventiva para atacar o lixo flutuante e assim evitar que chegue nas raias. E o contingencial, de ficar de sobreaviso, próximo às áreas de vela. Estaremos utilizando rádio e no caso de uma eventualidade celular”, detalhou o coordenador operacional da ProOceano, Vinícius Palermo.

Para essas operações serão mobilizados setores técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), como a qualificada Gerência de Qualidade de Água (GEAG) e o Serviço de Operações de Emergência (Sopea), além de outros órgãos fundamentais para o sucesso da logística, dentre eles: a Marinha do Brasil, a Guarda Municipal (GM), a Secretaria de Estado da Casa Civil, o Grupo BR Marinas, a Autoridade Pública Olímpica (APO), a Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana), a Clin (Companhia de Limpeza de Niterói) e o Comitê Organizador Rio 2016.