Na última sexta-feira (20/12), a partir de deliberação do governador Wilson Witzel, o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas), Altineu Côrtes, convocou força-tarefa para atuar em mutirões de limpeza e na contenção da chegada de plantas aquáticas nas praias da Região dos Lagos, que ficaram tomadas por gigogas e taboas. No mesmo dia, cerca de 50 servidores da pasta e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) trabalharam na remoção da vegetação das areias das praias do Peró e das Conchas, em Cabo Frio.

No sábado, cerca de 20 servidores dos órgãos ambientais estaduais colaboraram na limpeza da Praia de Tucuns, em Búzios. No mesmo dia, o subsecretário de Saneamento da Secretaria Estadual do Ambiente e Sustentabilidade (Seas), Marcelo Delaroli, sobrevoou o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, e constatou a movimentação de grande quantidade de plantas aquáticas na direção da Região dos Lagos e a possibilidade de crime ambiental. De acordo com o ICMBio, órgão que administra a unidade de conservação, foi feita uma abertura na barra da Lagoa de Carapebus e outra na barra da Lagoa do Paulista — sendo esta última realizada de forma irregular — que causaram o extravasamento de plantas aquáticas para praias da Região dos Lagos.

Como uma máquina ainda estava no local de uma das aberturas, o secretário Altineu Côrtes imediatamente acionou o Comando de Polícia Ambiental (CPAm) para apreender a retroescavadeira e evitar novas ações. ”Embora a região seja de responsabilidade federal, diante da gravidade do caso e da urgência na tutela dos recursos naturais, os órgãos ambientais estaduais agiram prontamente e tomaram medidas de monitoramento e controle da situação”, ressalta o secretário.

Neste domingo (22/12), cerca de cem pessoas, entre técnicos da Seas, do Inea, da Prefeitura de Carapebus, do ICMBio e do Comando de Policia Ambiental, estiveram no Parque Nacional de Jurubatiba trabalhando no fechamento das aberturas das lagoas de Carapebus. O trabalho prosseguiu à noite na limpeza das areias das praias do Peró e das Conchas, em Cabo Frio.

Desde o início das ações, o presidente do Inea, Carlos Henrique Vaz, determinou o deslocamento de parte do corpo gestor do órgão para vistorias no local afetado. “Avaliamos que é preciso acompanhar pessoalmente o caso para o sucesso das medidas que precisamos tomar. Estamos dedicando todos os esforços para dar pronta resposta à população e garantir a proteção do meio ambiente”, afirma o presidente.

Alem de guarda-parques e técnicos do instituto, os diretores de Biodiversidade, Áreas Protegidas e Ecossistemas, Marcelo Morel; de Pós-Licença, Daniel Frederico Ambires; e o superintendente de Lagos São João, Gilmar Rocha de Magalhães, passaram o fim de semana local colaborando no recolhimento e na contenção da vegetação.

Nesta segunda-feira (23/12), constatou-se a redução do volume de água, a mudança de maré e o movimento contrário das plantas aquáticas, que estão retornando ao parque federal. Os órgãos ambientais estaduais continuam monitorando o caso.