Um infrator que realizava extração irregular de madeira, em área de Mata Atlântica, foi detido, nesta quinta-feira (21/7), por policiais da 3ª Unidade de Policiamento Ambiental (UPAm) e agentes do Parque Estadual do Desengano (PED), administrado pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA). O flagrante ocorreu durante uma atividade de manejo e monitoramento de trilhas da unidade de conservação, na região do Batatal, no município de Campos dos Goytacazes, Região Norte Fluminense. A madeira apreendida será doada a uma escola de marcenaria que atende comunidades carentes.
“Vamos apertar cada vez mais o cerco a esse tipo de infrator. Nossa meta é alcançar o desmatamento ilegal zero no Estado do Rio”, afirmou o secretário estadual do Ambiente. André Corrêa.
Segundo o chefe do PED, Carlos Dário, o monitoramento de trilhas ocorre de forma sistemática e contínua com o objetivo de observar as condições estruturais e de segurança dos caminhos que cortam o Parque.
“Realizamos o patrulhamento em conjunto com os policiais militares da 3ª UPAm visando a identificar, coibir e cessar possíveis crimes ambientais dentro dos limites da unidade de conservação. Ontem (21/7), durante uma dessas atividades, foi flagrado o corte de madeiras nativas para confecção de diversos artefatos, dentre eles; caibros para telhado, pranchas para cercas, ripas para carroças e moirões. No local ainda foi identificado uma pequena oficina onde a madeira era beneficiada após ser extraída da floresta”, explicou o gestor do Parque do Desengano.
Ainda durante a fiscalização, em área dentro dos limites do Parque, foram observadas diversas árvores tombadas, sinalizando que a atividade já era desenvolvida com regularidade no local de forma sistemática, inclusive com o uso de moto serra, equipamento que necessita da autorização dos órgãos ambientais para seu manejo.
Sem portar qualquer tipo de documentação pertinente a supressão de vegetação nativa, o infrator foi detido pelos policiais ambientais e encaminhado para prestar esclarecimentos na 134ª delegacia do município de Campos dos Goytacazes. O material apreendido será conduzido a sede do Parque e, após conclusão do Processo Administrativo correspondente, será doado a Escola de Marcenaria de Santa Maria Madalena, que oferece cursos a comunidade carente da cidade.
A extração de madeira, sem autorização de órgãos competentes, é uma infração prevista na lei de crimes ambientais (nº 9.605), cabendo ao infrator responder judicialmente pelos crimes lesivos ao meio ambiente. Além do crime propriamente, o corte de árvores nativas gera sérios danos a floresta que necessita de centenas de anos para recomposição completa de algumas espécies derrubadas, diminuindo a biodiversidade, expondo o solo a erosão e afetando diretamente o ecossistema local.
As denúncias de crimes ambientais podem e devem ser feitas de maneira completamente anônima pela Linha Verde do Disque Denúncia (0300-253-1177) ou, na Região Norte Fluminense, para a UPAm Desengano (22- 2561-3228).