Notícias |15.01.2021

Inea participa do evento de 40 anos da Sociedade Brasileira de PrimatologiaO evento online conta com a participação de especialistas para debater o avanço das pesquisas sobre a febre amarela em primatas

Na próxima segunda-feira (18/1), o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) participará do evento online de 40 anos da Sociedade Brasileira de Primatologia. A mesa redonda “Podemos vacinar macacos contra a febre amarela?” contará com a presença do doutor Alcides Pissinatti, chefe do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ), administrado pelo órgão ambiental estadual.

“A febre amarela é mais grave nos primatas, é algo que merece nossa atenção e a possibilidade da autorização da vacina seria o ideal para as espécies”, explica Pissinatti. O tema tem grande impacto na sociedade, nos últimos anos, aumentaram os casos de pessoas matando macacos acreditando que o animal é transmissor da febre amarela.

A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, conhecido popularmente por mosquito-da-dengue, mas também por mosquitos selvagens como Haemagogus e Sabethes, também não é uma doença transmissível. Para os humanos, já existe vacina desde 1937. “A sociedade ainda possui informações equivocadas sobre a febre amarela, como por exemplo, acreditam que o macaco é uma ameaça e que transmite a doença aos humanos. Os macacos são tão vítimas quanto nós, humanos, e ainda sofrem sintomas mais graves”, destaca Pissinatti.

“Esta mesa redonda é de suma importância para termos debates com profissionais competentes, gerar discussões entre a CPRJ e a Fiocruz para estender a área de pesquisa além de tornar este debate atual”, acrescenta Pissinatti. Atualmente, Pissinatti é reconhecido como um dos grandes primatólogos brasileiros, é médico veterinário e já recebeu uma das maiores honrarias concedidas a um pesquisador das ciências biológicas. Em sua homenagem, teve uma espécie de primata batizada com o seu nome, Pithecia pissinatti.

Pesquisas e projetos

Criado em 1979, o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, foi a primeira instituição nacional voltada, prioritariamente, para a conservação dos primatas brasileiros. O centro realiza junto da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e outras instituições de pesquisa como universidades e institutos, um projeto sobre a vacinação de macacos contra a febre amarela. A iniciativa tem como objetivo expandir a área de pesquisa e a liberação da vacina. Assim será possível realizar testes em mais espécies como os que ficam em zoológicos, por exemplo.

O evento será transmitido pelo YouTube da Sociedade Brasileira de Primatologia e contará com a participação de especialistas como Alessandro Pecego Martins Romano (Ministério da Saúde), André Tavares da Silva Fernandes (Bio-manguinhos/Fiocruz), Marcos da Silva Freire (Bio-manguinhos/Fiocruz), Marco A. B. de Almeida (Secretária da Saúde/RS) e Mônica M. V. Montenegro (ICMBio/MMA), a mesa será mediada por Gustavo Canale (Universidade Federal do Mato Grosso/UFMT).