Notícias |27.11.2015

Estado é referência em preservação da Mata AtlânticaNova edição do Atlas dos Municípios aponta a relevância do Rio de Janeiro

Na nova edição do Atlas dos Municípios, o Rio de Janeiro é apontado como referência em preservação da Mata Atlântica no Brasil. Em conversa com o D.O Notícias, o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), Paulo Schiavo, afirma que a prioridade da Secretaria do Ambiente é intensificar o monitoramento do desmatamento nas regiões fluminenses e investir nas unidades de conservação já existentes, tornando-as áreas com retorno econômico para a população local.

D.O Notícias – Que ações estão sendo feitas para monitorar o desmatamento no estado?

Paulo Schiavo – O destaque do Rio de Janeiro na publicação divulgada pela Fundação S.O.S Mata Atlântica mostra que estamos no caminho certo. Entre as linhas de atuação está o aprimoramento do controle da redução do desmatamento. Investimos, por exemplo, em um novo projeto, que se chama Olho verde. Estamos na fase de negociação da aquisição das imagens de satélite, que serão distribuídas para as superintendências regionais, as unidades de conservação e o setor de fiscalização. São imagens com precisão maior do que as já usualmente utilizadas.

D.O Notícias – Há iniciativas para ampliar as unidades de conservação?

Schiavo – O projeto de ampliação das áreas protegidas, que já está sendo implantado, engloba fragmentos maiores do bioma Mata Atlântica, que justificam a criação de Unidades de Conservação (UCs). As UCs têm recursos especiais que levam à necessidade de perpetuá- los como a água, a flora e a fauna. Entre as ampliações está a do Parque Estadual da Serra da Concórdia, que fica entre Valença e Barra do Piraí. Ele está saindo de 800 hectares para 6.200 hectares. A localidade protege bacias importantes para o abastecimento de água, como a do Rio das Flores e do próprio Rio Paraíba do Sul

D.O Notícias – Como está o trabalho para criar unidades de conservação?

Schiavo – Hoje temos 231 mil hectares de unidades de conservação de proteção integral e estes espaços – parques, estações ecológicas e reservas – se somarão aos novos como o refúgio de Vida Silvestre do Médio Paraíba, que vai se estender ao longo da margem do Rio Paraíba. A nova unidade, a Floresta Estadual José Zago, é destinada ao uso sustentável do recurso florestal.

D.O Notícias – Quais as atividades de conscientização da população?

Schiavo – Realizamos trabalhos nas escolas e no entorno delas. Hoje estamos com programas de estudo de viabilidade das Parcerias Público Privadas (PPPs) para atrair as empresas. O parque com estrutura pode ser explorado, priorizando a conservação, as práticas ecológicas e o turismo, que promove emprego e renda. Uma empresa poderá, por exemplo, estimular o turismo de aventura.