Notícias |21.03.2017

Inédito modelo de certificação de gestores das unidades de conservação estaduais é lançado pelo Instituto Estadual do AmbienteProcesso irá elevar a qualidade da gestão das unidades de conservação e irá conferir para o servidor um selo de qualidade

Muito em breve, os gestores das unidades de conservação do Estado do Rio de Janeiro, administradas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), terão um “selo de qualidade”: uma certificação que os habilitará a ocupar o cargo em questão, uma iniciativa inédita na gestão ambiental. A obrigatoriedade da certificação para servidores que ocupam o cargo de gestor de uma unidade de conservação consta na minuta de um decreto que revisa toda a estrutura do Inea.

Em fevereiro, o Inea deu início à primeira capacitação para obtenção da certificação voltada para servidores que ocupam ou que têm interesse em ocupar o cargo de gestor de uma unidade de conservação estadual. Cerca de 30 pessoas participaram do primeiro e do segundo módulos com aulas realizadas nos dias 14, 15 e 16 de fevereiro e 7, 8 e 9 de março no Centro de Treinamento do Inea situado no Núcleo Paraíso, no Parque Estadual dos Três Picos, em Guapimirim, na Região Metropolitana do Rio.

Nesses seis dias de imersão, foram ministradas aulas sobre gestão de pessoas, liderança, fiscalização ambiental, rotinas operacionais, procedimentos para autorizações e concessões de serviços nas unidades de conservação, licenciamento ambiental, noções básicas de geoprocessamento e ainda participaram de uma oficina de planejamento anual.

Segundo o diretor de Gente e Gestão do Inea, Antoine Lousão, a capacitação é apenas uma das etapas para a obtenção da certificação:

“Compreende também um conjunto de procedimentos que visam aferir a competência técnica e gerencial do servidor que ocupa ou que quer ocupar o cargo de gestor de uma unidade de conservação. Além da capacitação, eles serão avaliados periodicamente pelas chefias e deverão apresentar planos de gestão, dentre outras ações de desenvolvimento permanente que atestarão se essas pessoas realmente possuem a competência necessária para o exercício da função, pois estamos falando de área técnica e competência gerencial que requerem liderança e capacidade de interagir com a população”, explicou Antoine.

A proposta é de que a certificação englobe vários níveis: o primeiro deles habilita para o acesso à função; o segundo avalia se o servidor está apto a permanecer no cargo de gestor de uma unidade de conservação e o terceiro nível, este, opcional, onde o gestor poderá aderir voluntariamente. Este último nível tem a finalidade de preparar o servidor para que possa preparar os demais servidores interessados no cargo de gestor.

“Todo esse processo irá elevar a qualidade da gestão das nossas unidades de conservação e irá conferir para o servidor um selo de qualidade que esse profissional carregará consigo. Em breve, o Inea publicará uma resolução que irá detalhar o regulamento do processo de certificação”, completou Antoine.

O diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Inea, Paulo Schiavo, destacou que a iniciativa contribuirá para qualificar ainda mais o servidor que ocupa o cargo de gestor de uma unidade de conservação:

“A iniciativa é importante porque irá preparar os servidores para gerirem uma unidade de conservação”, ressaltou Schiavo.

“A capacitação tem por objetivo aprimorar e nivelar o conhecimento dos gestores, sejam eles os mais antigos ou os mais novos de nossas unidades de conservação. O primeiro módulo, que aconteceu recentemente, foi muito produtivo”, afirmou o gerente das unidades de conservação do Inea, Ricardo Raposo.

O Inea administra mais de vinte unidades de conservação no Estado do Rio de Janeiro: Parque Estadual da Pedra Branca, na Zona Oeste da cidade; Parque Estadual dos Três Picos, na Região Serrana; Parque Estadual do Desengano, no Norte Fluminense; Parque Estadual da Costa do Sol, na Região dos Lagos; Parque Estadual da Ilha Grande, no Sul Fluminense; Parque Estadual Cunhambebe, no Sul Fluminense; Parque Estadual do Mendanha, na Baixada Fluminense; Parque Estadual Lagoa do Açu, no Norte Fluminense; Parque Estadual da Pedra Selada, no Médio Paraíba; Parque Estadual da Concórdia, no Médio Paraíba; Parque Estadual da Serra da Tiririca, em Niterói; Refúgio da Vida Silvestre Estadual do Médio Paraíba; Refúgio de Vida Silvestre Estadual Lagoa da Turfeira, Reserva Extrativista Marinha de Itaipu, Floresta Estadual José Zago; Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul; Reserva Biológica Estadual de Araras; Reserva Biológica Estadual de Guaratiba e Reserva Biológica Estadual da Juatinga, Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba, dentre outros.

A medida pioneira trará melhorias para as UCs, que de forma direta também irão beneficiar visitantes e admiradores destas unidades ricas em beleza e biodiversidade