Monitor de Secas

O Monitor de Secas é uma ferramenta de monitoramento regular e periódico da situação da seca em quase todo o país. Por meio dele pode-se acompanhar mensalmente o estabelecimento, a evolução ou involução de um evento de seca nos estados brasileiros participantes.

Os resultados consolidados deste monitoramento são divulgados por meio de um mapa: o Mapa do Monitor de Secas. As cores classificam a intensidade da seca de forma relativa ao histórico de dados do local, apontados por estações de monitoramento disponíveis e utilizadas; quanto mais escura a cor, mais distante a situação atual se encontra do histórico de dados do local. Ou seja, o mapa apresenta da forma mais fiel possível a situação atual de seca.

Coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o mapa é produzido mensalmente com informações repassadas por um grupo de instituições estaduais e federais e pessoas de diversos estados, de forma colaborativa e voluntária.

O Estado do Rio de Janeiro, através do Inea, participa do Monitor de Secas desde junho/2020. Como instituição validadora dos mapas, a equipe técnica do Inea avalia mensalmente os rascunhos dos mapas do Estado disponibilizados pela equipe de autoria, concordando ou discordando do traçado, e justificando ou indicando possíveis alterações no mapa. Nesta validação são também consideradas as informações dos observadores, representantes dos parques do Inea ou parceiros, que preenchem mensalmente um questionário de avaliação.

Geralmente, por volta do dia 17 de cada mês, o mapa é publicado no site do Monitor de Secas. Acesse e confira os mapas publicados!

O Monitor de Secas é mais do que um mapa produzido automaticamente a partir de cálculos numéricos ou por um programa de computador. A ferramenta integra dados de diversos tipos (meteorológico, hidrológico e agrícola) para retratar a seca da forma mais completa possível.

Não basta saber somente onde, quando e quanto choveu para saber se um local está seco ou não (intensidade da seca) e quais os efeitos (impactos) que a seca está gerando naquele local. Por exemplo, pode ter chovido bastante num local, e isso resultar em safra acima da média, mas ainda assim não haver água suficiente nos reservatórios. Desse modo, se olhamos somente a quantidade de chuva (índice de precipitação), teremos um retrato incompleto da situação naquele local.

Não basta ter somente os dados, mas é preciso interpretá-los. A ausência de chuvas pode fazer parte do clima de uma região, e, na hora de desenhar o Mapa do Monitor de Secas, isso também é levado em consideração. Isso é o que faz a diferença entre um simples programa de computador – ou o uso de indicadores isolados, como quantidade de chuva – e o mapa do Monitor de Secas, que é produzido e analisado por pessoas.

Considerando que a seca é um fenômeno climático causado principalmente pela insuficiência de chuvas numa determinada região por um período de tempo, sua ocorrência pode provocar desequilíbrios hidrológicos, agrícolas e ambientais, motivo pelo qual o seu monitoramento torna-se importante para melhor conhecimento da vulnerabilidade e dos impactos nas regiões do Estado. Nesse sentido, o Monitor é uma importante ferramenta para o desenvolvimento de estratégias de mitigação dos impactos da seca a longo prazo.

Com uma série de mapas em mãos, de vários meses seguidos, é possível, por exemplo, verificar se a seca está tendendo a piorar ou melhorar. Examinar os mapas pode ajudar a indicar tendências para o futuro e, com isso, melhorar a tomada de decisões por parte de gestores públicos, por exemplo. Em nível federal, esse instrumento tem sido importante para a gestão de seca, servindo como suporte para adoção de medidas de preparação e resposta.

Cabe ainda destacar que o máximo de delimitação geopolítica existente no mapa são as linhas dos estados, simplesmente para facilitar a visualização, uma vez que a seca não respeita limites territoriais.