Notícias |02.03.2022

Equipe do Inea resgata bugio atingido por descarga elétrica em São Sebastião do AltoO animal foi levado para o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ) e está sendo tratado

Equipe do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) resgatou na última terça-feira (1º/3) um bugio que tomou um choque ao subir no poste de luz em Valão do Barro, distrito de São Sebastião do Alto, no Norte Fluminense. O primata foi socorrido por veterinários que residem no local e que, após o ocorrido, buscaram ajuda na sede do Parque Estadual do Desengano, em Santa Maria Madalena. Hoje (2/3) o animal foi encaminhado para o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ), onde está se recuperando.

Devido às altas temperaturas e à distância de São Sebastião do Alto para o CPRJ, a equipe do Inea optou por levá-lo primeiramente à sede da unidade de conservação estadual, onde ele pernoitou recebendo os primeiros cuidados. A exposição ao sol por muito tempo poderia debilitá-lo ainda mais. Por isso o animal foi levado ao CPRJ hoje pela manhã.

Momo, como foi apelidado por conta do Carnaval, está recebendo os devidos cuidados no CPRJ, centro especializado em primatas administrado pelo Inea. “Ele está em observação, sendo medicado. Foi encontrado muito abatido devido ao acidente e pelas altas temperaturas às quais ficou exposto. As próximas 48 horas serão cruciais para sua recuperação. Estamos todos torcendo muito para que ele fique bem”, pontuou o gestor do Parque estadual do Desengano, Carlos Dário.

O Parque Estadual do Desengano, a mais antiga unidade de conservação estadual do Rio de Janeiro, abrange partes dos municípios de Santa Maria Madalena, São Fidélis e Campos dos Goytacazes, e totaliza 22.400 hectares de área de Mata Atlântica que abrigam 82 espécies de mamíferos, 494 de aves, 56 de répteis, 73 de anfíbios e mais de mil tipos de flora.

Referência internacional

Idealizado pelo primatólogo e conservacionista Adelmar Faria Coimbra Filho, o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ) foi a primeira instituição nacional voltada prioritariamente para a preservação do patrimônio primatológico brasileiro. Foi inaugurado em 1979 sob a tutela da antiga Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), hoje Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Atualmente, o CPRJ é gerido pelo primatólogo Alcides Pissinatti.

Há mais de 40 anos o CPRJ tem como principal objetivo assegurar a continuidade das espécies, por meio de um banco genético que visa dar suporte às colônias de primatas brasileiros. O centro cria somente primatas de espécies nativas do Brasil, com atenção especial para aquelas sob algum risco de ameaça de extinção.

São mantidos em cativeiro cerca de 250 primatas de 30 espécies (além de alguns híbridos) com a finalidade principal de reprodução e recuperação das populações nativas.