Notícias |26.05.2021

No Dia da Mata Atlântica, Inea e Ceperj lançam exposição de fotografias da flora fluminenseBiólogo e guarda-parque do órgão desde 2012, Felipe Tubarão revela em detalhes a potência, a exuberância e os mistérios da natureza

Forest no inglês, forêt no francês, floresta no espanhol e no italiano. Do latim forestis, no português tornou-se floresta, talvez por influência da flor. Esta estrutura complexa das espécies vegetais, que costuma povoar e colorir as matas, na linguagem falada pode ser tudo aquilo que se entende como mais belo, distinto, doce, amável ou nobre. E é sobre ela a próxima exposição do Espaço Cultural da Fundação Ceperj, Mata Atlântica em Flores, que será inaugurada na quinta, dia 27/5, data em que se comemora o Dia da Mata Atlântica.

Nesta exposição virtual comemorativa, o biólogo e guarda-parque do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) desde 2012, Felipe Tubarão, revela em detalhes a potência, a exuberância e os mistérios da natureza. As imagens foram captadas na Reserva Biológica Estadual de Araras e na sua Zona de Amortecimento, na Região Serrana do Rio de Janeiro. São espécies em ambientes de Campos de Altitude e da Floresta Montana, cuja maioria está ameaçada de extinção por conta de incêndios, pastagens, perda de habitats e invasões de espécies exóticas.

“As imagens exibem toda a beleza rara e ameaçada  que pinta a Mata Atlântica na densidade da Floresta Montana e os Campos de Altitude fluminenses, nos dando esperança de que as ações humanas podem contribuir para a recuperação dos ecossistemas e para um futuro mais sustentável”, destaca o biólogo.

Com experiência no monitoramento da biodiversidade a partir da temática da Fotografia Ambiental em diversos ecossistemas das Unidades de Conservação Estaduais do Rio de Janeiro, o trabalho de Felipe Tubarão tem como foco o monitoramento da avifauna da Mata Atlântica, da flora endêmica ameaçada de extinção e em práticas de educação ambiental.

Segundo ele, o monitoramento fotográfico de plantas raras e endêmicas da Mata Atlântica – somado ao trabalho árduo da equipe de guarda-parques do órgão – é fundamental para a preservação das florestas nativas do Estado do Rio de Janeiro.

“O conjunto de todos os organismos que caracterizam a vegetação da Mata Atlântica apresenta cerca de 20.000 espécies – em torno de 35% das existentes no Brasil – espalhadas pelas diversas formações florestais tropicais que formam o único bioma que ocupa o território fluminense”, detalha Felipe Tubarão.

A exposição virtual será exibida no Instagram do Espaço Cultural da Fundação Ceperj a partir do dia 27 de maio. Na data da inauguração, o biólogo participará de uma live com a consultora coordenadora do Plano de Ação Nacional para Conservação da Flora Endêmica (PAN) para a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) e WWF-Brasil, Inara Batista, no perfil da Ceperj no Instagram. A doutora em Botânica pela UFRJ contará um pouco sobre este importante trabalho de redescoberta de espécies da flora brasileira.

O plano atua no âmbito do Programa Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (Pró-Espécies), e no Rio de Janeiro tem como objetivo proteger cerca de 500 espécies criticamente ameaçadas de extinção que não contam com nenhum instrumento de conservação. Além da Seas e do Inea, estão entre os parceiros do Pró-Espécies o ICMBio, Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) e Ibama. A estratégia é financiada pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund). É implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e tem a WWF-Brasil como agência executora.