Notícias |01.12.2022

Onça-parda é registrada pela primeira vez no Parque Estadual da Ilha GrandeSegundo maior felino das Américas está no topo da cadeia alimentar e foi flagrado na unidade de conservação administrada pelo Inea

Após anos de avistamentos e relatos sobre a presença de onças-pardas (Puma concolor), o segundo maior felino das Américas apareceu em um registro de vídeo pela primeira vez na história do Parque Estadual da Ilha Grande. O flagrante aconteceu em novembro dentro dos limites da unidade de conservação administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

A presença da espécie na unidade de conservação indica que o ecossistema da região está saudável, uma vez que a mesma está no topo da cadeia alimentar. Além disso, a sobrevivência do felino dentro dos limites do parque evidencia também que o ambiente, que é um dos remanescentes de Mata Atlântica no estado, está saudável e proporciona condições para sua alimentação.

“Registros como esse nos deixam muito animados, pois indicam que nosso trabalho de conservação do local está no caminho certo. Esta é uma espécie protegida por lei e, ver a nossa biodiversidade saudável e ocupando o seu espaço de direito, é motivo de muita alegria e orgulho para nós”, comemora o presidente do Inea, Philipe Campello.

Também conhecida como Suçuarana e Leão-baio, a onça-parda alimenta-se de animais silvestres de portes variados e exerce papel vital na manutenção da integridade dos ecossistemas onde ocorre. A espécie está na lista das ameaçadas de extinção e tem a capacidade de adaptação a vários tipos de ambientes, de desertos quentes aos altiplanos andinos, com maior atividade ao entardecer e à noite.

Para os gestores e técnicos do Inea, a presença da espécie na Ilha Grande não apresenta uma ameaça para a população, pois é um animal arisco e que foge do contato humano. “É um animal que, ao ser avistado, devemos manter distância, mas não há nada a temer. Este registro vem para reforçar a importância de um ambiente bem preservado”, explica o gerente de Fauna do Inea, Marcelo Cupello.

A partir deste desdobramento positivo, o Inea irá intensificar o monitoramento de fauna silvestre na Ilha Grande. “Trata-se de uma presença tão antiga quanto outros mamíferos do local, como os bugios, as capivaras, as cutias e as pacas”, explica o gestor do parque, Cláudio Barcellos.

O registro foi feito por meio de uma das diversas armadilhas fotográficas que estão nas trilhas do parque. A captura de imagens foi feita pela Dra. Lena Geise, professora Titular do Departamento de Zoologia do Instituto de Biologia da UERJ, assim como seus alunos das aulas práticas da disciplina Biologia e Conservação de Mamíferos do curso de graduação em Ciências Biológicas da UERJ. O CEADS conta com o apoio do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para o desenvolvimento de pesquisas científicas no território de Ilha Grande.

Sobre o Parque Estadual da Ilha Grande

Em junho de 2022, o Parque Estadual da Ilha Grande completou 51 anos de proteção ambiental a uma das maiores belezas naturais do planeta. A unidade de conservação foi criada em 1971, em 2007 sua área protegida foi ampliada e, atualmente, ocupa 12.052 hectares

A unidade de conservação é tão importante para a proteção da biodiversidade que foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, em 1991. Em 2019, a Ilha Grande e Paraty foram considerados pela Unesco em sua Cultura e Biodiversidade o primeiro Sítio Misto do Patrimônio Mundial no Brasil.