O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) nesta quinta-feira (19/10) participou da 72ª Plenária do Comitê de Bacia Hidrográfica da Baía da Ilha Grande, em Paraty, na Costa Verde fluminense. Na ocasião, os técnicos da Diretoria de Segurança Hídrica e Qualidade Ambiental (DIRSEQ) dialogaram com a sociedade civil, órgãos ambientais e com as concessionárias de água sobre a retomada do monitoramento das praias da região e de Angra dos Reis, e discutiram as soluções e desafios para a conservação dos recursos hídricos do estado.
Após a retomada da coleta e análise das amostras das praias de Angra dos Reis em março deste ano, o Inea divulgou o primeiro boletim com os resultados no começo de outubro, no qual 12 das 20 praias foram classificadas como próprias para banho. Já o retorno da publicação do boletim de Paraty está previsto para dezembro deste ano.
“A parceria entre o Inea e as prefeituras das cidades da Costa Verde proporcionou a volta dos boletins semanais de balneabilidade. Pelo fato do nosso laboratório estar localizado na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, a logística de entrega das amostras acaba ficando prejudicada, e por isso, buscamos essa parceria para que consigamos efetivar em tempo hábil o monitoramento, desde a coleta até as análises”, disse o gerente de Qualidade das Águas, Leonardo Fidalgo.
Segundo o assessor técnico da Diretoria de Segurança Hídrica e Qualidade Ambiental (DIRSEQ), Marcio Franco, o espaço possibilita a integração entre as entidades e instituições ambientais. “Hoje nós viemos apresentar a influência do Inea e a importância do nosso monitoramento para a qualidade ambiental nas cidades da Costa Verde. É essencial que todos os profissionais envolvidos no tema estejam a par dos trabalhos realizados pelo instituto e as inovações e melhorias voltadas aos municípios”, explicou Franco.
Em outro momento, o assessor técnico falou um pouco sobre o monitoramento hidrometeorológico em Ilha Grande, Paraty e Angra dos Reis, realizado pelo Sistema de Alerta de Cheias. Esses equipamentos são responsáveis por checar o nível dos rios e chuvas do estado, por meio de uma rede com mais de 100 estações automáticas equipadas com sensores que produzem registros a cada 15 minutos.
Tradição e inovação
Além da reunião, os técnicos do instituto visitaram as obras do projeto de saneamento ecológico desenvolvido com recurso do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FUNDRHI), na comunidade indígena Araporanga. Com as obras, o povo Guarani Mbya conquistou os banheiros privativos, que ao mesmo tempo que promovem saúde, privacidade e segurança hídrica, também respeitam a identidade e tradição da etnia.
Agora, com a construção em cinco das nove casas da aldeia, o povo guarani não precisará dividir os banheiros coletivos com os 40 moradores da comunidade. O despejo do efluente é finalizado no núcleo de fertilidade, onde são plantadas bananeiras, ou seja, após o tratamento do líquido, os nutrientes restantes são absorvidos pelo solo e servem de alimento para a plantação. Desse modo, o resíduo não entra em contato com os corpos hídricos locais, evitando sua contaminação.