Apesar de todos os esforços das equipes de técnicos e biólogos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e de todos que participaram do mutirão de resgate, a baleia que foi devolvida ao mar no domingo (22/10) em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, após ficar mais de 20 horas encalhada, foi encontrada morta na manhã desta terça-feira (24/10), presa nas pedras, no costão do Praia.
O trabalho de resgate do mamífero acabou sendo prejudicado em função da maré e da localização do mesmo. Chegar ao ponto onde a baleia estava foi um risco para as equipes do Instituto Estadual do Ambiente, mas novamente o protocolo para resgatá-lo foi seguido e realizado.
A equipe do Instituto Estadual do Ambiente levou o animal morto para alto mar, em uma região apontada pela Marinha como segura para a navegação.
A morte do filhote, apelidado pelos moradores de “Juju”, entristeceu as equipes de salvamento. Mas, o balanço final da operação foi positivo. A criação pelo Inea, há dois meses, de um Protocolo de Salvamento de Baleias, após o aparecimento repetido de vários cetáceos no litoral do Estado do Rio, foi considerada um grande avanço nesta operação por técnicos e especialistas do órgão ambiental.
“Um grupo de trabalho criado recentemente, pelo Inea, com a participação de diversos órgãos e entidades, dentre eles a Defesa Civil Estadual, a UERJ, a Capitania dos Portos e o Aqua-Rio, tem se empenhado na criação de um protocolo que irá nortear as ações técnicas necessárias, como a identificação das baleias encalhadas, os procedimentos para mantê-las vivas e os casos pós-mortem. A união de todos em torno deste projeto já demonstrou resultados positivos no último episódio envolvendo o encalhe da baleia jubarte em Arraial do Cabo. Hoje, já temos uma situação bem diferente daquela ocorrida há dois meses. A partir de uma completa articulação, bem mais eficiente, entre os técnicos, apoiados pelos seus órgãos, agindo de forma rápida, e eficaz, levando à devolução da baleia ao mar”, afirmou o presidente do Instituto Estadual do Ambiente, Marcus Lima.
A operação de resgate durante o fim de semana já contou com a execução do Protocolo de salvamento de baleias e aconteceu de forma integrada. O Inea solicitou maquinário e acionou a Marinha, a Capitania dos Portos, o Corpo de Bombeiros e demais parceiros.
“Nada foi em vão, apesar do óbito do animal. De certa forma, através das equipes técnicas aprimoramos todo o protocolo de desencalhe de baleias. Mas o animal é grande e sensível. Biólogos e veterinários falaram que isso poderia acontecer a qualquer momento. Mas a Juju veio para aumentar ainda mais a parceria entre os entes envolvidos e nos mostrar que o grupo SOS Baleias está agindo da maneira correta”, declarou a Superintendente Regional Lagos São João do Instituto Estadual do Ambiente, Márcia Simões Mattos.